Síndrome nefrótica: nefrologista do HSJosé explica o que é a condição mencionada por Júnior Lima
24/07/2025
(Foto: Reprodução) A repercussão do vídeo publicado pelo cantor Júnior Lima e sua esposa, Mônica Benini, reacendeu a atenção sobre um tema pouco conhecido: a síndrome nefrótica, condição que acometeu a filha do casal. Para esclarecer o assunto, a nefrologista Marina Mendes Felisberto, do Hospital São José de Criciúma, traz informações importantes sobre a doença, seus sinais de alerta e a importância do diagnóstico adequado.
“Como toda síndrome, a síndrome nefrótica não é uma doença específica, mas um conjunto de sinais e sintomas que refletem alguma condição de base relacionada aos rins. A principal característica é a perda excessiva de proteínas pela urina, o que leva a alterações em exames de sangue e ao surgimento de edemas (inchaços), especialmente ao redor dos olhos e nas pernas”, explica a médica nefrologista Marina Mendes Felisberto.
Além dos edemas, outro sinal clássico é a espumúria, caracterizada pela presença de espuma na urina, semelhante ao aspecto de quando se coloca detergente na água, indicando excesso de proteínas. De acordo com a especialista, quando não diagnosticada e tratada precocemente, a síndrome pode evoluir, causando cansaço e falta de ar.
O diagnóstico costuma iniciar com exames de urina simples ou de 24 horas, e exames de sangue. Em muitos casos, é necessário realizar uma biópsia renal para identificar a causa exata da síndrome, já que ela pode estar associada a diferentes doenças, como o diabetes, lúpus, doença de Berger ou outras glomerulopatias.
Formas de tratamento
“O tratamento depende da causa. Por isso, identificar o fator desencadeante é muito importante. Na maioria dos casos, é necessário o uso de corticoides em altas doses e imunossupressores. Em crianças, como parece ser o caso da filha do Júnior, a causa mais comum costuma ter boa resposta aos corticoides e, por isso, nem sempre a biópsia é necessária. Mas em adultos, geralmente esse exame é indispensável”, esclarece Dra. Marina.
A síndrome nefrótica pode ocorrer em qualquer idade, embora algumas causas sejam mais comuns em determinadas faixas etárias. Em casos raros, pode haver relação genética, especialmente quando o quadro surge antes do primeiro ano de vida.
Segundo Dra. Marina, não existe uma forma de prevenção específica para a síndrome nefrótica, a não ser nos casos em que o paciente já possui alguma doença renal conhecida. Por isso, é fundamental estar atento aos sinais de alerta: inchaços ao redor dos olhos ou nas pernas, aumento da pressão arterial, espuma na urina, cansaço extremo ou falta de ar.
“O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para garantir o melhor prognóstico. Ao perceber qualquer um desses sintomas, o ideal é procurar atendimento especializado” orienta a médica.
Confira o vídeo do casal falando sobre a síndrome:
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